+ A dama da foice +
Um frio me toma no meio da noite
Arrancando do sonho, mi'a alegria
Um gélido olhar corta como açoite
Desprezo que escarnece e tripudia...
Zombas de mim, tal dama da foice,
Cuja face pálida, nem mais inebria,
Minh'alma cálida, retrai com coice,
E destrói o véu da minha galhardia...
Não mais envolto do brio que ardia
Cabisbaixo, a cambalear pela noite,
De escudo, o que me resta, é ironia...
...
Então me cortas com sagaz picardia
Com a lâmina crespa, terrível aloite,
Com frieza, furtiva e ladina covardia...
Valdivio Correia Junior, 07/05/13