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O RIACHO PAJEÚ¹
Detrás da Sé, um rio se estertora.
Mas nem é rio, sempre foi riacho.
Desse regato às margens, pobre flora!
E caldo de imundícies corre abaixo.
Dantes torrente, o Pajeú, agora,
entre edifícios, triste, sofre escracho,
pois mal desliza e pela vida implora,
para sobreviver, segundo eu acho.
Ao pé do Forte² histórico, foi corrente;
outrora teve as águas cristalinas,
porém, cloaca infecta, jaz doente.
Em madrugada plúmbea e solitária,
da ditadura às garras assassinas,
de lá eu via a lua solidária³.
Fort., 06/05/2013.
O RIACHO PAJEÚ¹
Detrás da Sé, um rio se estertora.
Mas nem é rio, sempre foi riacho.
Desse regato às margens, pobre flora!
E caldo de imundícies corre abaixo.
Dantes torrente, o Pajeú, agora,
entre edifícios, triste, sofre escracho,
pois mal desliza e pela vida implora,
para sobreviver, segundo eu acho.
Ao pé do Forte² histórico, foi corrente;
outrora teve as águas cristalinas,
porém, cloaca infecta, jaz doente.
Em madrugada plúmbea e solitária,
da ditadura às garras assassinas,
de lá eu via a lua solidária³.
Fort., 06/05/2013.
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¹ Riacho Pajeú é um córrego que corta norte-sul o centro de Fortaleza. Situa-se aos fundos da Igreja da Sé, onde fica o antigo Palácio do Bispo, hoje pertencente à Prefeitura Municipal. Ribeiro vítima dos maus-tratos de uma cidade que cresceu, sacrificando os seus recursos naturais.
² O Forte (ou Fortaleza) de Nossa Senhora da Assunção fica próximo à Sé, e mais ou menos à sua frente. É uma antiga construção militar que vem dos idos históricos da fundação, pelos portugueses, da cidade de Fortaleza.
³ A lua solidária é uma alusão que fiz, em um poema, à brancura da lua que boiava sobre a torre da Sé, certa madrugada, quando fui hóspede de um calabouço cujas grades davam para as bandas do Riacho Pajeú, na lá então PF.
² O Forte (ou Fortaleza) de Nossa Senhora da Assunção fica próximo à Sé, e mais ou menos à sua frente. É uma antiga construção militar que vem dos idos históricos da fundação, pelos portugueses, da cidade de Fortaleza.
³ A lua solidária é uma alusão que fiz, em um poema, à brancura da lua que boiava sobre a torre da Sé, certa madrugada, quando fui hóspede de um calabouço cujas grades davam para as bandas do Riacho Pajeú, na lá então PF.