IGNORÂNCIA
Ninguém pode esconder o sentimento
Entre as ramas desfolhadas do sentir,
Sem que o peito dissolva no lamento
O viver novamente esse devir.
Quando o amor testemunha o testamento,
Ardente, nunca deixa de existir.
Ora juras eternas, ora tormento,
Ora é a plenitude do partir.
O andrógino, quiçá, juntasse ao meio;
O amor, que foi amor, jamais é cheio
Disso tudo que a paixão o consumiu.
O sentir nunca cala a despedida,
Quanto mais se conhece desta vida,
Mais o peito ignora o que sentiu!