RÉU

Não julgue meu sentir, eu sou poente,

O silêncio das músicas saudosas

No olhar esgazeado, se mil rosas

Meus olhares pudessem ver em frente.

Meu peito quebrantou no mar silente

As ondas de alegrias radiosas,

Espumando cediço entre glosas

Das sereias do amor indiferente.

Flerta a noite de máxima ironia;

(A noite de um poeta não termina,

Quando fecham os livros de poesia.)

É metáfora e foz. Ela tortura

E eu confesso! Do amor, a anfetamina,

Só vivi sob a cruz da sepultura.