INTRUSO
Seria um pensamento obtuso
Eu me deixar levar por outro alguém.
Alguém que me fizesse de refém
De si, de um ideal vago e confuso.
Em mim, do que disponho, faço uso.
E assim posto me dá se me convém
Viver um não, talvez um sim. Porém,
Sou eu que, vindo a mim, sou meu intruso.
Eu me faço e refaço-me ao que posso;
Eu mesmo me exorcizo e me absorvo,
Conserto o meu concerto, sou regente
Dos meus erros e acertos. Digo, nosso,
Pois quem me faz errar sou eu – estorvo.
E tentando acertar sou eu somente.
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Seria um pensamento obtuso
Eu me deixar levar por outro alguém.
Alguém que me fizesse de refém
De si, de um ideal vago e confuso.
Em mim, do que disponho, faço uso.
E assim posto me dá se me convém
Viver um não, talvez um sim. Porém,
Sou eu que, vindo a mim, sou meu intruso.
Eu me faço e refaço-me ao que posso;
Eu mesmo me exorcizo e me absorvo,
Conserto o meu concerto, sou regente
Dos meus erros e acertos. Digo, nosso,
Pois quem me faz errar sou eu – estorvo.
E tentando acertar sou eu somente.
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