Utopia do silêncio.
Na letargia do Silêncio utópico tento dormir,
Mesmo só, não consigo relaxar nem sonhar,
O pensamento não se cala nem deixa ouvir,
Com típicos gritos mudos não pára de bradar.
A surrealidade é uma louca,
Que sabe bem onde se foca,
A realidade é uma noção,
Que nunca pariu uma razão.
As minhas palavras estão encerradas,
Dentro de páginas de livros nunca lidos,
São dedicadas, não merecem estar trancadas,
Têm que dizer de tantas viagens, tantos sentidos.
Olhamo-nos no utópico do silencioso momento,
Os lábios permanecem hirtos e as línguas cerradas,
Na falta de condição para a expressão do lamento.
É análogo de desejo e medo, objetivo e subjetivo,
As nossas bocas continuam na mesma, caladas,
Mentes em monólogos invocam silêncio incomodativo.