Derrubada
Tombada está, no chão, toda floresta,
morada antiga de índios e posseiros,
Senhores dessas terras, os primeiros,
como se sabe e a própria história atesta;
dos lares e aldeias nada resta,
os últimos chegaram e, ligeiros,
mataram, sem pudor, os derradeiros,
e tudo ali morreu. Não há mais festa.
Calado está, também, o passaredo
que outrora ali vivia, no arvoredo,
restando em seu lugar silêncio e dor.
Não há mais rituais, nem cantorias,
nas tardes a cair, nos longos dias,
corta o silêncio o ronco do trator.
Cuiabá, 5 de Maio de 2013.
Livro: Cantos de Resistência, pg. 38
Tombada está, no chão, toda floresta,
morada antiga de índios e posseiros,
Senhores dessas terras, os primeiros,
como se sabe e a própria história atesta;
dos lares e aldeias nada resta,
os últimos chegaram e, ligeiros,
mataram, sem pudor, os derradeiros,
e tudo ali morreu. Não há mais festa.
Calado está, também, o passaredo
que outrora ali vivia, no arvoredo,
restando em seu lugar silêncio e dor.
Não há mais rituais, nem cantorias,
nas tardes a cair, nos longos dias,
corta o silêncio o ronco do trator.
Cuiabá, 5 de Maio de 2013.
Livro: Cantos de Resistência, pg. 38