SOBRAS
Por nada abandonaria as sobras,
se existissem. Assim faria.
Mas não faço. Talvez um dia
falemos de inacabadas obras.
Nada ficou do que não fomos.
A mancha no tapete é testemunha
do que eu era e me expunha
em inocências, equívocos, assomos.
Jantaremos as perdas numa qualquer
manhã. Eu virei, tu virás, se der.
E ao nada as sobras não jogarei,
porque sobras não existem em nós.
Quando muito, um descuido. Ficamos sós
mas de tudo vivemos, ao que sei.
Por nada abandonaria as sobras,
se existissem. Assim faria.
Mas não faço. Talvez um dia
falemos de inacabadas obras.
Nada ficou do que não fomos.
A mancha no tapete é testemunha
do que eu era e me expunha
em inocências, equívocos, assomos.
Jantaremos as perdas numa qualquer
manhã. Eu virei, tu virás, se der.
E ao nada as sobras não jogarei,
porque sobras não existem em nós.
Quando muito, um descuido. Ficamos sós
mas de tudo vivemos, ao que sei.