MATER MARIA
Entre nuvens negras devassas
A lua cândida, cheia de graça
Com vestes de rainha espiava
as trevas daquel’alma a gritar
E havia tanta tristeza e amargura
D’alma sem viço escorria loucura
Não ressuscitaria o coração a lua
Já morto, seco, aos cacos no chão
Entre anjos e estrelas sem véu
a piedosa virgem em seu canto
deu vida nova ao velho coração
E a lua lívida, cheia de comoção
escondeu-se no sagrado manto
cedeu lugar à luz da mãe do céu.
Benvinda Palma