HAUSTOS...
Curvando o débil corpo a este chão duro,
Olhei no alto as abóbadas escuras;
O mundo estava triste nas alturas;
Eu vi e tanto senti não nego, eu juro!...
Olhei com desencanto tais ranhuras,
As nuvens celestinas, grandes muros,
Quais sombras muito negras, ó esconjuro!
Soprando nas arestas das agruras...
Profunda foi a súplica: Gritei!...
Que noite em suspensão tão tenebrosa,
Qual chuva que nos haustos tráz má sorte!
Chegou enfim meu dia, eu bem sei;
A noite estava sim, por mim chorosa;
Cingia-me com luto a minha morte!...
Arão filho.
São Luís-Ma, 01/05/2013