Roubam-te de mim?

Não te reconheceram inspiradora
De poesia feita pensando só em ti.
Roubam-te primazia de sedutora...
Pouco importa, sou teu e não te perdi.

Justa conquista. Nunca de impostora
Tiveste o vezo, tampouco um frenesi
De tão logo fazer-se arrebatadora,
Nem forçaste o sorriso ao qual me prendi.

Justo a mim, que do amor sempre desdenhava
E que aos seduzidos de pronto afrontava,
Fizeste um cativo de corpo e cabeça.

Hoje, quer venha uma aurora ou anoiteça
De falas e afagos teus não me prescindo:
Benfazejo vício incurável, infindo.


 
Alfredo Duarte de Alencar
Enviado por Alfredo Duarte de Alencar em 30/04/2013
Reeditado em 09/08/2014
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