DOGMA

(Ao ex-padre Beto, nossa admiração e respeito)

Como crer na razão que deixa ao léu

Ao toparmos a letra natimorta,

Que mordisca, obscura, a chave e porta,

Qual se o mundo fosse favo de um mel?

Relevai todo aquele que se exorta

Numa lei feita em flores de papel,

Pra depois ir julgar quem vai ao céu,

Mas esquece de olhar o que nos corta...

Eu não creio que o Mestre de Purezas,

Togado, condenasse naturezas,

Se o homem 'inda traja a imperfeição.

Pois o Mestre é Amor pela Candura,

E o Amor que vai de encontro à criatura,

Desconhece o julgar a “perdição”.

29.04.13