SEGREDO DE UM SONETO
Que estranho poder tem os versos, na poesia,
que da amargura faz estrela que reluz,
que canta a vida se adornando em fantasia
num etéreo mundo encantado que seduz?
De que orbe de luz vem fulgindo esta magia,
e que entre amores e saudades nos conduz,
por sobre a noite enegrecida, triste e fria,
que num momento se abre em sol e se faz luz?
Que faz de um sonho dentro dalma enclausurado,
adormecido pelas sombras do passado,
vibrar em vida libertada do degredo?
Por isto vem, poeta, no brilho desta data,
olhando o céu acobertado em véu de prata,
pra desvendar deste soneto o seu segredo!