SEGREDO DE UM SONETO

Que estranho poder tem os versos, na poesia,

que da amargura faz estrela que reluz,

que canta a vida se adornando em fantasia

num etéreo mundo encantado que seduz?

De que orbe de luz vem fulgindo esta magia,

e que entre amores e saudades nos conduz,

por sobre a noite enegrecida, triste e fria,

que num momento se abre em sol e se faz luz?

Que faz de um sonho dentro dalma enclausurado,

adormecido pelas sombras do passado,

vibrar em vida libertada do degredo?

Por isto vem, poeta, no brilho desta data,

olhando o céu acobertado em véu de prata,

pra desvendar deste soneto o seu segredo!

Nelson de Medeiros
Enviado por Nelson de Medeiros em 14/08/2005
Reeditado em 10/05/2011
Código do texto: T42644
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