Ouvi-me, ó povos da terra

Ouvi-me, ó povos da terra!

Jorge Linhaça

Ouvi-me, ó povos da terra

Abri os vossos ouvidos

Corações empedernidos

Ávidos filhos da guerra

Voltai a vossas raízes

Buscai os olhos de Deus

Vede nos D’Ele os teus

Atente ao solo onde pises

Deixai que a boa semente

Cresça em vossos corações

Limpando a alma e a mente

De enganos e ilusões

Criados pela serpente

O rei das enganações.

Ouvi-me, ó povos cegados

Deixai o véu da clausura

Preservai a alma pura

Abandonai os pecados

Vede que hoje é o tempo

(Não amanhã nem depois)

Lembrai-vos de que filhos sois

Do Senhor do firmamento

Guardai o vosso tesouro

Que não pode ser perdido

Pois vale mais que o ouro

Ou o poder pretendido

Rendei-vos ao bom agouro

Do reino a vós prometido.

Ouvi-me, caros senhores

Ouvi-me, caras senhoras

Pois eis que urgem as horas

Das alegrias e dores

Estejais pois preparados

Pra não ficar ao relento

Sentindo n’alma o tormento

Do grito dos flagelados

Cuidado com as matilhas

Que querem vos devorar

Levar-vos às armadilhas

Em toda hora e lugar

Tornando-vos como as ilhas

Em meio a fétido mar

Salvador, 27 de abril de 2014.