ROUPAS ÍNTIMAS
Odir Milanez
Vinte e duas e trinta de um domingo
comum, como se fosse outro qualquer.
Igual à mesma ausência da mulher,
que de amor não me dá mais nem um pingo.
Vinte e três e quarenta. Choramingo,
o vento sopra chuva e nem sequer
chora por mim, do amor um esmoler
dessa paixão que chamo, aclamo e xingo...
É meia-noite. O meu domingo morre
como os outros domingos, outonal,
e ninguém me lastima nem socorre.
Íntimas vestes ventam no quintal.
Os meus sonhos de amor, eis que me ocorre,
são roupas secas soltas num varal!
JPessoa/PB
26.04.2013
oklima
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Sou somente um escriba
que ouve a voz do vento
e versa versos de amor...