Taverna Sombria
Na visão da lua macilenta
que se põe na alcova do amanhecer
nas noites de viração me ponho a tremer
esperando a morte certa que chega lenta
Vivo como um boêmio a espreita, sozinho
passando por tavernas sombrias e aterrorizantes
dormindo em meio a coxas aconchegantes
inalando fumaça e solvendo vinho
Passeando entre os ébrios e a podridão
por entre a embriaguez e a miséria
destinado a viver sem ela na solidão
Que perdição seria dos meus desígnios
se a minha juventude se encerrasse em uma hora incerta
me restaria apenas um corpo inerte sofrendo os seus delíquios