CRISOL

Fluido o quase, o talvez, o meretrício

trêmulo de orgasmar, o verso entorta

o lápis – essa sanha de retorta

a mão que nele chama a cor do indício.

aponta: nisso rubra! após, exporta

auroras transversais, quasar, início;

e ri desse randômico artifício

que tinge teu poema atrás da porta.

à língua quarkiada, a alquimia

papila carrilhões, saliva esguia

anversos sepulcrando a tempestade.

e pr' essa substância, nada tira;

dissolvesse a verdade na mentira,

sem saber que a mentira, foi verdade.

23.02.13