Soneto do Desamor

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Estou chorando, tu também estás;

E nos pomos mortalmente feridos;

E nos bradamos tantos impropérios;

E ficamos pra sempre magoados;

Eu te xingo e tu me xingas: não mais...

E nossos corações estão fremidos;

E matamos nossos sonhos etérios;

E rasgamos nossos planos traçados;

Todos devem está mortos amanhã:

Eu, tu, e esta taciturna história;

Tudo deve passar... e se extinguir.

E não há qualquer esperança vã;

E não existe gosto algum de vitória;

Só há uma angústia a nos consumir!

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Eu seguirei meu caminho sozinho,

E tu, igualmente, seguirás o teu:

Caminhos diametralmente opostos,

Sobre esta girante esfera de terra...

De certo, algum dia nos cruzaremos,

E nosso peito fremirá de súbito...

E talvez nos perguntemos por quê;

E a nostalgia? E a dor? E o medo depois?

Por instantes nos entreolharemos,

Até que nossos passos nos afastem,

E um nó sufocará nossa garganta!

Nos perderemos outra vez de vista;

Devo chorar, suponho que tu também;

E no coração um vazio nos subsistirá.

Franz Venn Nietzsche
Enviado por Franz Venn Nietzsche em 26/04/2013
Reeditado em 26/04/2013
Código do texto: T4260404
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