Túmulo das Vaidades

A sombra escura rolava e rastejava

Enquanto o olho – pela última vez – via

Através da tão misteriosa rodovia

Novas esperanças que a foice tracejava

Oh, vasto rastro devastado

Abrupto, turvo e desastrado

Ceia para os vermes lançados

Ao decúbito e aos prostrados!

Depois, na vitrine dos túmulos,

Apresentaram-se alguns números

Como etiquetas de roupas em lançamento

Dados como: marca e validade

Nova mercadoria, velha falsidade

Para ser admirada e revendida aos quatro ventos...

(Publicado, em 2014, no livro Reflexos da Lua Sobre o Sol)

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