DO ANJO NEGRO III - CHORO

Um frio que já bate há tanto tempo,

Um repetido sentir de mim e vasto,

O alcance desse olhar pachorrento,

Meus horizontes e linhas não traço.

Vagas noites, lumes de mim, escuras,

Que a lua sorrir qual a quem debocha,

Dessa prostrada e inquieta figura,

Sou eu pesado, recostado na rocha.

Qual anjo caído sem céu, sem asas,

Do antigo voo de alegrias e graças,

Agora ferido contando seus medos.

Em leito, reza em sua cova mais rasa,

Implorando final de dor que não passa,

Ao passar de lágrimas entre seus dedos.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 24/04/2013
Código do texto: T4257742
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