Confissões (33)
Edir Pina de Barros
 
 Silêncio, por favor, não digas nada,
eu quero ficar só comigo agora,
não quero ouvir corujas noite afora,
nem ver estrelas nesta madrugada;
 
minh’alma está dorida, amortalhada,
e nada sente, nem soluça ou chora,
não tem o viço que já teve outrora,
perdeu-se de si mesma, está cansada.
 
Não digas nada, por favor, eu quero
ficar comigo mesma, ouvir bolero,
quiçá um belo tango de Gardel.
 
Eu busco a solidão mais plena e pura,
esse silêncio terno, essa candura
que habita o coração do escuro céu.
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 24/04/2013
Reeditado em 27/08/2020
Código do texto: T4257282
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