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SEM FRONTEIRAS [407]
 


Longe viver de ti, oh sempre amada,
só resulta quedar-me em pasmaceira;
sem ti, nem sou, emperro de bobeira,
já toda a vida hiberna, atrapalhada.
 

Sem ti, na certa, viro o quase nada,
talvez o arbusto posto à ribanceira,
um tipo em cujos dias, na canseira,
tem à deriva a vida muito airada.
 

Mas, por lonjuras, simples geografia,
não se extingue de afetos a tintura,
pois o amor mais nos ferra, dia a dia.
 

Já te penso, minha alma te procura:
tão distante, o meu noûs te acaricia,
para além das fronteiras da ternura.
 

Fort., 24/04/2013.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 24/04/2013
Reeditado em 24/04/2013
Código do texto: T4256868
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