Dois Céus
Enquanto o chão treme nos confins do mundo
As crianças com suas vozes ainda mudas
Gemem como germén de planta nascente;
O céu por cá irrompe
Como veia que de tão tensa explode
Expelindo seu fluido vital
Sobre a mesma terra que ontem era tão rouca, tão rasa
Que quando rasgava apenas pó chorava
Onde deveriam haver apenas pétalas de água.
E assim nessa mesma terra que fora mera charneca
Com menos água num metro do que em meia caneca
A vida torna-se coração pulsante
Que lateja ante o mesmo céu que castigava
E hoje derrama suas bênçãos!
JP 23/04/13