IMPONDERÁVEL ERMO
Nas noites onde flamam despedidas,
Pensamentos que não sei expressar
Com palavras plissadas pelo ar
Cantando a ode que inspira a partida.
E d'outra sorte a voz que me tem vida
N'outro lugar, talvez, a me esperar;
Longínquo, prisco, vastidão do mar,
Imponderável ermo sem saída...
E vou de incerto, a noite espedaçada
No torpor de uma mente amargurada,
Que jaz na solidão das febres puras.
Sendo um beijo nos lábios do infinito
O lamento de um bardo triste e aflito
Que desta noite vai sonhando alvuras.