Cora Coralina....

Do ventre destas flores o perfume,

Evola e s’espalha suavemente,

Qual éter, qual neblina tenuemente,

Qual noite que amanhece e perde o lume...

Distraio-me nos hortos, em seu nume,

À luz que deixa as flores reluzentes,

Imerso nos olores renitentes,

Qual noite abrigando os vagalumes...

Suspiro uma saudade repentina,

Ao ver aquelas pétalas macias,

Lembrarem o teu perfume de menina!...

Sufoca-me u’a dor tão funda e fina

Saber que não escrevo poesias

Assim, feitas as de Cora Coralina!

Arão Filho.

São Luís-Ma, 22.04.2013