História de uma viagem recorrente
Como a clara estampa da cortina,
que tristemente esvoaça na janela,
sonho que de mim parte a caravela
que irá buscar a minha própria sina.
A estampa se desmancha na procela,
afogada em meio a bruma fina,
e a caravela despe-se em menina;
e sobe ao firmamento feito estrela.
De um eu protagonista e tripulante,
minha derrota há de ser sua vitória.
A viagem que nos mora na memória
recorta em porto o litoral distante
e pela vida eu seguirei errante
desse era uma vez da mesma história.