MEU IRMÃO LOBO
Meu irmão Lobo, que recolhes,
Todo o pão da montanha agreste
Tu és aquela voz silvestre
Num rouco uivo em que t´acolhes.
Os ruins lobos qu´ o mundo vêem
São para ti os malfeitores
Que em todo o bem são devedores
Daquela paz que a alma tem.
Não tens o sol, mas tens a lua,
E tens a negra noite nua
Mais as estrelas refulgentes.
Ó lobo, coração bravio,
Rasga de mim neste arrepio
O fogo atroz das frias gentes!