Punhais da Saudade.
Punhais da Saudade.
Ah! Afagar que não sacia coxos do amor.
Sem os beijos, os lábios murcham,
Sem abraços, a alma exaure prenhe de dor.
Quantos punhais são necessários agora
Para matar a dor saudosa do peito?
Os mesmos que alfinetam precisos
O coração que pulsa gotejante?
Dilacerados na cisão mudas das horas
Pomba destroçada às garras frias do falcão,
Oh! Meu degredo, paixão sem fim...
Mar de náufragos, cor carmim...
Corpos, sedentos, afogados, amantes!
Somos nós a deriva, moribundos na tormenta
Em volúpia entre as vagas dessas ondas.