Garimpeira
Por conta de um amor imorredouro,
verseja tudo o que lhe vem na mente,
teimosa e aflita, pálida demente,
que busca no passado o seu tesouro;
nos veios das lembranças, busca o ouro,
no fundo da bateia reluzente,
como jamais o fez qualquer vivente,
aqui, ali ou d’outro logradouro.
Escava o tempo com as unhas, dentes,
até que as carnes sangrem já dormentes,
buscando, para si, felicidade.
E não encontra, nunca, uma pepita,
mas segue a garimpar, sozinha e aflita,
a inesgotável lavra da saudade.
Brasília, 18 de Abril de 2013.
Sonetos Diversos, pg. 104
Sonetos selecionados, pg. 38
Por conta de um amor imorredouro,
verseja tudo o que lhe vem na mente,
teimosa e aflita, pálida demente,
que busca no passado o seu tesouro;
nos veios das lembranças, busca o ouro,
no fundo da bateia reluzente,
como jamais o fez qualquer vivente,
aqui, ali ou d’outro logradouro.
Escava o tempo com as unhas, dentes,
até que as carnes sangrem já dormentes,
buscando, para si, felicidade.
E não encontra, nunca, uma pepita,
mas segue a garimpar, sozinha e aflita,
a inesgotável lavra da saudade.
Brasília, 18 de Abril de 2013.
Sonetos Diversos, pg. 104
Sonetos selecionados, pg. 38