As Intermitências da Morte ( À José Saramago)

A morte, essa tão fatídica dama

Que visita-me a noite, escondida nas sombras

Assenta-se muda ao meu lado na cama

Sua face, negra e óssea, rir-se e de mim zombas

Essa mulher de fartos e dilacerantes contornos

Que não mais me ver com os olhos, mas me sente com a alma

Deixa-se despir dos seus negros adornos

E deita-se nua, suave e lânguida a perturbar-me a calma

Não me recordo se é o delírio do fim o que me consome

Mas sinto dentro de mim, algo que não tem nome

Será, pois, que estou a me apaixonar!?

No fundo dos olhos de órbitas vazias

Na fria pele de sedas nada macias

A morte, essa senhora, me mostra as mil faces do verbo amar....

Carol S Antunes
Enviado por Carol S Antunes em 17/04/2013
Reeditado em 18/04/2013
Código do texto: T4246113
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