O mundo gira
Jamais me esqueço que sonhei um dia
Que numa tarde quente de um janeiro
Um velho homem de expressões grosseiro
Uma carruagem pobre conduzia
Nessa carruagem muita carga havia
E o bicho que puxava não ligeiro
Trazia marcas em seu corpo inteiro
Pois que o seu dono tanto lhe batia.
Furiosa ao ver tal ato vergonhoso
Um fogo me subiu e, em tom honroso
Comprei-lhe o bicho e disse: “não se esqueça
“O mundo gira e, então, não perca o siso
“O mesmo fado provedor do riso
“Torná-lo pode um dia o que padeça”.