Ei tu!

Ei tu que desprezas o chato pedinte

E cospes ao ver qualquer um maltrapilho;

Se esnobas orgulho e blasonas requinte,

Fazendo do nojo o maior estribilho.

Ei tu que à desgraça és apenas ouvinte,

E ofuscas teus olhos com teu próprio brilho,

Quem sabe olvidando tua noite seguinte,

Quem sabe pisando no teu próprio filho.

A vida nos prega tamanhas surpresas,

Nem sempre a existência é tão nítida e sã...

E o tempo é a soma de mil incertezas.

Ei tu que a soberba ainda chamas de irmã,

Quem sabe cuspindo nas próprias fraquezas

Talvez desprezando teu próprio amanhã...?!

Hélio Cabral Filho
Enviado por Hélio Cabral Filho em 16/04/2013
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