Ei tu!
Ei tu que desprezas o chato pedinte
E cospes ao ver qualquer um maltrapilho;
Se esnobas orgulho e blasonas requinte,
Fazendo do nojo o maior estribilho.
Ei tu que à desgraça és apenas ouvinte,
E ofuscas teus olhos com teu próprio brilho,
Quem sabe olvidando tua noite seguinte,
Quem sabe pisando no teu próprio filho.
A vida nos prega tamanhas surpresas,
Nem sempre a existência é tão nítida e sã...
E o tempo é a soma de mil incertezas.
Ei tu que a soberba ainda chamas de irmã,
Quem sabe cuspindo nas próprias fraquezas
Talvez desprezando teu próprio amanhã...?!