Dia-a-dia
Eu já contei: são uns mil e trezentos.
Como passou rápido esse tal evento,
Mais rápido que um mero catavento;
Sol e vento vão me olhando isentos.
Mesmo que se passasse mais lento,
Não deixaria de vir novos rebentos,
Nem eu deixaria de ir nos relentos
Que me embriago; fugir nem tento.
Quantos sóis ainda vou ver nascer?
E quantas as rosas irei ver florescer?
Mistérios que afligem minha mente.
Juro que não há nada que eu lamente;
Mas tenho eu a face de quem mente
Quando eu conto mais um alvorecer.