Na primeira curva

Na primeira curva some da vista,

Nem o ínfimo rastro é notado,

No pó ardil e pegajoso do estrado,

Onde passou sutil, na conquista.

O seu cheiro impregna o ar envolta,

Odores de saudade e paixão exalados,

Avistam novos horizontes moldados,

Dominando o inócuo ambiente de revolta.

O vento infeliz, sem trégua alguma,

Dissipa pouco a pouco toda a bruma,

E faz-me navegar seguro na escuna.

Vencendo a abrupta curva a frente,

Desvendando pouco a pouco a gente,

E saciando-me neste manancial emergente.

Daniel Marin
Enviado por Daniel Marin em 14/04/2013
Código do texto: T4240953
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