Soneto - 3
Céu este que tanto me encanta
deslumbrante a visão de tuas partes
eu, pobre pássaro que na gaiola canta
tornei-me um monte de descartes
Que há de meu sonho a desfazer
tratá-lo assim com tal desprezo
choverá sangue ao enfurecer
a fera da noite que esteve preso
Abismo sem dimensões de lembranças
imensidão que assombra cada noite
leva consigo cada raio de esperança
Será da noite desfeita o véu
com a visita da eterna morte
para que desfrute o belo céu