Soneto nº 11
(Meu pranto)
Quero transformar em santo
o momento da dor, enquanto
me cubro no seu doce manto
e descanso com teu acalanto.
Eu quero carinhar-te um tanto
e dizer para o mundo, o quanto
te quero, num verso, num canto
em português, francês, esperanto.
Sussurrar em teu ouvido o encanto
que invadiu minh’alma de espanto
me deixando em completo ataranto.
Mas, para minha surpresa, no entanto,
ao te ver renegar meu recanto
deixo então correr livre meu pranto.