Soneto Para Beatriz
Em teus olhos, há algum tipo de langor,
Lágrimas que verberam as agonias escondidas
Todo seu afeto enlutado por esse amor,
Que se turvaram em tuas lágrimas tão ardidas
Contudo, sua melancolia não desdobra
Na alma que vai sorrindo assim esperançosa,
Mas a dor que em teu seio virgem sobra
É a imagem d’um pranto de lamúria vaporosa!
Não verta neste olhar uma cantilena,
Nem uma nota que a lira da paixão não quis,
Devoto-te esta canção como o poema
Por uma única lamúria tua belíssima Beatriz!
Quisera meu peito então se condoer,
Então solitário haveria eu de morrer?