"Cantando o passado"

Intimidei-me diante do Paraíso quebrado

relutei nas frestas desse sonho desfeito

desfiz as memórias torturantes

passado sem volta, desfigurado e esmaecido

Jaz em mim como rota não percorrida

apenas carrego de ti as pedras atiradas

deixando a base feita no final do percurso

chamo-te de abandono que voa, em asas minhas

Soltei-lhe como solta a mãe ao filho

ali no parto entre contrações doridas, mas findas

deixando o prazer do rebento a mim sorrir

Sorria agora ventos todos que sopram

das amarras carrego cordas atadas a sonhos

em real vida leve, livre e solta de um novo porvir

- Kátia Golau Cariad -

Kátia Golau Cariad
Enviado por Kátia Golau Cariad em 11/04/2013
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