ATREVIDA
Eu sou a que no mundo, é atrevida...
Nem temo, com certeza, a própria morte.
Piada deste mundo deu suporte,
Então já me verás descomedida.
A sorte escafedeu por ser bandida...
Fiquei a ver navios sem ter norte.
Futuro retalhado em mil recorte,
Felicidade nunca deu guarida...
Forjei de cada dia o meu reinado,
Embora o meu presente renegado,
Despi-me do temor, tracei meu rumo.
Ousada, com a dor não me acostumo.
Semeio em cada passo, com cuidado,
O céu que pela sorte foi negado.