Soneto do Amor nos Tempos de Trabalho Excessivo
Seguindo disperso pelos contratempos
Concentro-me nos trabalhos de agora
Deixando de lado a minha senhora
A quem só atendo de tempos em tempos
E sem reparar no causar sofrimentos
A quem só me traz amor e alegria
Ocupo-me da lida dura e fria
Esperando assim gerar-lhe proventos
Mas que síntese se exige do homem
Dar carinhos que os amores anseiam
E os alimentos que os amados comem
Fora os males que sempre se receiam
Fantasmas e medos que ao amor consomem
No silêncio cansado do homem passeiam