PERPÉTUA ANSIEDADE...

Espírito que eleva, descobre, busca outros prados,

rompe a corrente letal, destrói o execrável grilhão

que te segura no chão, e te volita nas alturas,

mesmo que o sol não brilhe, mesmo que a nuvem trepide...

povoa a ermo em noites mais lúgubres

arrebata da luz a piedade, esta veracidade limítrofe

que te míngua e, se um ser divino é o que, veemente, buscas,

Faze um Deus que contigo as dores sinta e sofra

Mas, que observo? Voaste, asas abertas, álgida

a brisa, a nuvem esbarra e some, a imensidão

olhas-te e viste sem brilho, o espaço, desabitado e oco...

escusado é tua labuta, ocioso e fútil é teu grito

és miúda extrema, sórdida humanidade,

e amassa-te a cabeça o peso do perpétuo infinito...

Romulo Marinho

Romulo Marinho
Enviado por Romulo Marinho em 08/04/2013
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