PERPÉTUA ANSIEDADE...
Espírito que eleva, descobre, busca outros prados,
rompe a corrente letal, destrói o execrável grilhão
que te segura no chão, e te volita nas alturas,
mesmo que o sol não brilhe, mesmo que a nuvem trepide...
povoa a ermo em noites mais lúgubres
arrebata da luz a piedade, esta veracidade limítrofe
que te míngua e, se um ser divino é o que, veemente, buscas,
Faze um Deus que contigo as dores sinta e sofra
Mas, que observo? Voaste, asas abertas, álgida
a brisa, a nuvem esbarra e some, a imensidão
olhas-te e viste sem brilho, o espaço, desabitado e oco...
escusado é tua labuta, ocioso e fútil é teu grito
és miúda extrema, sórdida humanidade,
e amassa-te a cabeça o peso do perpétuo infinito...
Romulo Marinho