Abandono (3)
Edir Pina de Barros
Eu venho de bem longe, pés cansados,
pisando, sempre, espinhos, nunca rosas,
nas tardes desmaiadas, langorosas,
sem belos horizontes purpurados;
eu vi famintos, velhos maltratados,
de calejadas mãos, demais rugosas,
a passar frio em tardes tão chuvosas,
deitados pelo chão, abandonados;
os olhos ressequidos são dois rios
em pleno mês de agosto, já vazios,
mas cheios de tristeza densa e gris.
Mas tanta dor parece mesmo em vão,
ninguém se importa, nem estende a mão
àqueles que não morrem por um triz.
Brasília, 08 de Abril de 2013.
Foto: Sebastião Salgado
Versos alados, pg. 51
Edir Pina de Barros
Eu venho de bem longe, pés cansados,
pisando, sempre, espinhos, nunca rosas,
nas tardes desmaiadas, langorosas,
sem belos horizontes purpurados;
eu vi famintos, velhos maltratados,
de calejadas mãos, demais rugosas,
a passar frio em tardes tão chuvosas,
deitados pelo chão, abandonados;
os olhos ressequidos são dois rios
em pleno mês de agosto, já vazios,
mas cheios de tristeza densa e gris.
Mas tanta dor parece mesmo em vão,
ninguém se importa, nem estende a mão
àqueles que não morrem por um triz.
Brasília, 08 de Abril de 2013.
Foto: Sebastião Salgado
Versos alados, pg. 51