Soneto ao rio Bâc
Ao mais negro destino estavas fadado;
Ainda mais negro que tuas águas estagnadas.
Nos já longínquos tempos dos contos de fadas,
Por lágrimas teu curso foi delineado.
E hoje neste país tão triste situado,
Nesta cidade das mais amaldiçoadas,
Quantas mais lágrimas não foram misturadas
A este teu fardo, naturalmente pesado!
Minhas próprias haverei de acrescentar
Às tuas águas, e que a consolação
Encontremos quando a jornada acabar.
Ó Bâc, da tristeza humana guardião!
Que vivalma jamais venha a profanar
Os segredos ocultos em teu coração!