Soneto ao rio Bâc

Ao mais negro destino estavas fadado;

Ainda mais negro que tuas águas estagnadas.

Nos já longínquos tempos dos contos de fadas,

Por lágrimas teu curso foi delineado.

E hoje neste país tão triste situado,

Nesta cidade das mais amaldiçoadas,

Quantas mais lágrimas não foram misturadas

A este teu fardo, naturalmente pesado!

Minhas próprias haverei de acrescentar

Às tuas águas, e que a consolação

Encontremos quando a jornada acabar.

Ó Bâc, da tristeza humana guardião!

Que vivalma jamais venha a profanar

Os segredos ocultos em teu coração!

Galaktion Eshmakishvili
Enviado por Galaktion Eshmakishvili em 08/04/2013
Reeditado em 31/05/2020
Código do texto: T4230533
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