ALGA DO MAR, FLOR DO AGRESTE
Colhi do meu jardim algumas flores,
Joguei-as no alto mar de algas marinhas.
No mar que tu não sentes, nem adivinhas
Se das flores o odor, d’alga os sabores.
E lá no mais profundo entre os verdores,
Do lodo de esperanças que eram minhas,
No meu fundo oceano, elas sozinhas,
Afogaram em mim os meus amores.
Numa tarde cinzenta após as chuvas,
Por dentro eu era roxo como as uvas,
E amargo como o vinho que me deste.
Eram beijos nos lábios de violeta;
Era um funesto som de clarineta,
Eras alga do mar, eu flor do agreste.
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Colhi do meu jardim algumas flores,
Joguei-as no alto mar de algas marinhas.
No mar que tu não sentes, nem adivinhas
Se das flores o odor, d’alga os sabores.
E lá no mais profundo entre os verdores,
Do lodo de esperanças que eram minhas,
No meu fundo oceano, elas sozinhas,
Afogaram em mim os meus amores.
Numa tarde cinzenta após as chuvas,
Por dentro eu era roxo como as uvas,
E amargo como o vinho que me deste.
Eram beijos nos lábios de violeta;
Era um funesto som de clarineta,
Eras alga do mar, eu flor do agreste.
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http://www.youtube.com/watch?v=l9Ffxhw4I0U
Gonçalo Salgueiro
http://www.youtube.com/watch?v=nqwkhuVAykw