ARDENTE AMOR QUE TANTO DILACERAS

Ardente amor, que tanto dilaceras;

No desespero meu, trago este pranto;

Que trazes por demais um negro encanto,

Triste destino o meu, vida em esferas.

Sentimento gentil, que mais esperas?

Levas-me a ver tão sóbrio, este manto;

Vida em que já nem sonho nem levanto,

Esperança perdida, que mal deras.

Deixei-me conduzir em ilusão;

Fruto de amor tamanho do desejo,

Agora mais eu pago a punição!

Duro meu génio, deste próprio ensejo;

Tornou-se num castigo em tal prisão,

Que me resta a lembrança, que te vejo!

ANGELO AUGUSTO

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 07/04/2013
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