“Eterna amada” (Soneto de amor do conto “Apenas o sol nos separam”.)
Não, não me deixes aqui neste
Chão frio, sem ter a que me
Apegue para aquecer o frio
Que enrijeces os meus ossos.
Do meu coração; já nem me
Refiro, ele já não bate desde
Que o entreguei a morte por
Amor de ti amada minha!
Bem sabes que o amor que
Eu sentia, me faria ter a vã
Ilusão de lhe dar e receber
O amor, eternamente.
Agora, depois de tantos anos,
Eu ainda navego por este vasto
Mar escuro, e o vinho que
Aprecio o tomo na taça do teu
Crânio vazio, pois do teu sangue,
Já não mais me sacio. Ai, dor
Que me toma, nem a vida
Eterna me cura, nem a morte
Acalenta-me, nada fecha a
Lacuna que deixaste em meu
Peito condenado à eterna e
Cruel solidão.