Canção das matas

Olhei para as plantas cantando

Os dedos das raízes cruzadas,

Do céu chuva fina jorrando

Encontros de folhas molhadas.

Um orvalho que sua em pranto

Metamorfose de tantas jornadas

Com o verde tom esparramando

Nos matizes as matas pinceladas.

O pintor monta o seu cavalete

Ante essa beleza escancarada

E enche de cor a tela branca.

Como se formasse um ramalhete

Que encanta a aura enamorada

Do planeta que a chuva canta.