In memoriam
Quando este corpo converter-se em pó,
Voltando ao nada de onde um dia veio,
A cruz não ponhas sobre a tumba (enleio)
Do teu Firmínio. Assim será melhor.
Afasta a cruz de mim. Desfaz o nó
De imposição cristã, pois eu não creio...
Sei que tu sabes que é bem torto e feio
Fazer de um morto um crente por ter dó.
E se o pedido meu não se cumprir,
Peço ao conviva que me for leal
P’ra recitar meus versos por ali,
Ao vinho dar-se e dar-me no final
Grande presente, em prol do que eu vivi,
Quebrando a cruz com um golpe colossal!