Pombas brancas

Pombas brancas

Caçador

Teus seios, duas pombas prisioneiras

Inquietas, a tremer, demais aflitas,

olhando a vida por detrás das chitas,

sonhando se aninhar lá nas mangueiras;

duas pombinhas, lindas e benditas,

pequenas, brancas, por demais faceiras,

que espreitam-me discretas, sorrateiras,

silentes, feito duas eremitas.

Em riste os bicos, sempre estão famintas,

e embora sejam, ambas, mui distintas,

vivem a sonhar com beijos e carícias.

Será que um dia vão voar libertas

por entre os vãos das chitas entreabertas,

e conhecer, do amor, suas primícias?

Caçador
Enviado por Caçador em 04/04/2013
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