Soneto celestial
Ai! Céu de grandiosíssimos segredos
Da mais luzida cor na imensidão.
Que tem pousada em ti de Deus a mão,
Com bem cuidadas luas sob os dedos.
Ai! Céu que guarda todos os enredos
Em teus olhos azuis na viração.
Eu peço a quem te habita o meu perdão
E entrego-lhe metade dos meus medos.
Tu sabes, grande manto que nos cobre,
A nossa gente, aqui, é muito pobre,
Mas tua gente, aí, é toda santa.
Ai! Céu, como é gostosa esta conversa.
Tu ouves-me sublime e não tens pressa;
Prossegues tão sereno. Isto me encanta!